
No One
Durante muito tempo, falamos sobre consumo como um ato isolado: a escolha de um produto, o clique de compra, a conversão de um funil. Mas o consumo nunca foi apenas isso. Ele é um espelho do nosso tempo: um reflexo da complexidade das tensões entre comportamento, tecnologia e cultura.
A lógica dos dados, das métricas e da eficiência trouxe avanços inegáveis. Aprendemos a medir, comparar e otimizar quase tudo. Mas, na pressa de transformar a complexidade em planilhas, corremos o risco de perder de vista o que realmente move as pessoas: seus desejos, emoções e contradições.
Entre a necessidade de ganhar escala e o desejo por relevância, surge uma pergunta inevitável: o que estamos deixando escapar quando reduzimos o consumo a números?
Entender o consumo hoje é aceitar suas contradições. As pessoas desejam personalização, mas desconfiam do excesso de dados compartilhados. Querem experiências digitais fluidas, mas não a qualquer custo. Querem marcas eficientes, mas que também as façam sentir algo. Navegar por esse cenário exige novas lentes que reconheçam as dinâmicas por trás das escolhas e paradoxos das pessoas.
Em um mercado recheado de dados e fórmulas prontas, cresce a urgência por entender o consumo como experiência e não apenas transação. Essa mudança de olhar está transformando o modo como marcas constroem relevância. Empresas que enxergam o consumo de forma sistêmica deixam de responder apenas a métricas e passam a dialogar com o que pulsa nas pessoas.
Entendemos que o consumo de hoje se comporta como um sistema vivo, interconectado e em constante transformação. Ele é atravessado por forças que moldam o que desejamos, como decidimos e por que nos conectamos com determinadas marcas e não com outras. Foi a partir dessa visão que nasceu o nosso último report autoral: Sistema de Consumo, onde desenhamos um framework que ajuda a enxergar o agora a partir de cinco forças: Consumo Algorítmico, Consumo Involuntário, Consumo Simbólico, Consumo Emocional e Consumo Paradoxal.

Essa abordagem não busca simplificar o complexo, mas sim oferecer um mapa para se mover dentro dele. Um mapa que ajuda marcas e profissionais a traduzirem as forças culturais e emocionais em estratégias mais humanas, e não apenas mais eficientes.
Afinal, comprar é transacional. Consumir é existencial.
As marcas estão diante de um ponto de inflexão. Aquelas que continuam tratando consumo como transação tendem a competir apenas por atenção e preço. As que enxergam o consumo como sistema passam a disputar algo mais valioso: significado e relevância.
Nesse contexto, cresce a importância de ampliar a compreensão do presente e abrir espaço para soluções, estratégias e experiências mais alinhadas com as pessoas. Por isso, refletir sobre o papel das marcas e as rotas de crescimento dos negócios passa, sobretudo, pela construção de vínculos, principalmente aqueles que têm a capacidade de gerar experiências que ressoam emocionalmente. Entender o consumo de forma sistêmica permite que as marcas deixem de responder apenas a tendências e desenhem jornadas mais conscientes, capazes de equilibrar dados e intuição, eficiência e vínculo.
Saiba mais sobre o report baixando o material completo e converse com a gente sobre como aplicar essas lentes no seu negócio.
Até a próxima mordida. 🫦
Por Julia Beatricce Duso